Mais que carnaval de alguns dias,
Animados por criativas melodias,
Com máscaras de belos enredos,
Existe diário carnaval dos medos.
Escondidos atrás das roupagens,
Movem-se mundos e sacanagens,
Que ocultam sob suas aparências,
Vastos interesses de indecências.
Algumas ferem a honra pessoal,
Outras, num disfarce impessoal,
Alimentam orgulhos e vaidades,
E escondem as efetivas maldades.
No grande carnaval do cotidiano,
Um tratamento meigo de engano,
Esconde processos de exploração,
De larga e injusta procrastinação:
Logra-se no negócio pela mentira,
E no disfarce de toda a efetiva ira,
Repassa-se o verdadeiro intento,
De sugar do outro o último alento.
Máscaras ofuscam a constatação,
Do que emerge na confrontação,
De reais sentimentos sob a festa,
Que geram a fatalidade indigesta.
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