terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Feitiço de criança



Seu olhar translúcido e vicejante,
Num toque mágico e fulminante,
Entrou no recôndito sentimento,
Para miná-lo com vigor de alento.

Cruzou pela área secreta da mente,
E ali acionou um lampejo atraente,
De vitalidade com discreta simpatia,
Livre de maldade e enrustida apatia.

No olhar brilhou um mundo repleto,
Do sentido existencial de bom afeto,
Que ativou anseio tão vivo e ardente,
De uma vida leve, serena e contente.

Conseguiu roubar o centro da atenção,
E apagar no dia a ordinária pretensão,
Do controle de ocorrências pensáveis,
Para eivá-las de motivações agradáveis.

Fez esquecer as enrustidas maldades,
Escondidas nas disfarçadas lealdades,
E acalantou a crença de que bondade,
É muito mais eficaz do que a maldade.

Numa expressão facial tão benfazeja,
Afigurou-se o que a vida pouco enseja,
A de um amor gratuito e desvinculado,

Da maledicência e seu perverso legado.

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