domingo, 26 de fevereiro de 2017

Máscaras




A medieval prática de correção fraterna,
Levava a esconder a condição subalterna,
E ocultada sob a máscara, desferia crítica,
A mandantes desprovidos de auto-crítica.

Na gozação e deboche, apontavam erros,
E para não serem mandados a desterros,
A arte de disfarçar sua voz e seus gestos,
Ainda os desviava dos eventuais doestos.

Nesta correção benfazeja da saúde social,
Estabelecia-se critério bom e exponencial,
Para lidar com os defeitos inconscientes,
E as relações dos efeitos inconsequentes.

Nossos dias de máscaras na governança,
Conseguem confundir a vasta lambança,
Para corresponder a anseios populares,
Com novos calotes e mentiras vulgares.

As máscaras são as do perfil gerencial,
Que se atribuem um decoro especial,
Para receber valioso voto na eleição,
E, depois, facilitar sua procrastinação.

Ao invés do serviço da crítica coletiva,
Deitam e rolam com êxito na invectiva,
Que rouba a maior parte da população,
E a deixa sem acesso à farra da fruição.






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