sexta-feira, 1 de julho de 2016

Caminhos diferentes de serviço

  

            Todo ano quando celebramos a memória dos proeminentes esteios da vida cristã católica, São Pedro e São Paulo, podemos nos encher de grata recordação relativa à profunda mudança no modo de ser e de viver que foram peculiares na vida destes dois santos.
            Os dois nasceram em lugares distintos, tiveram socialização distinta e trabalharam de forma distinta. Ambos absorveram da infância traços temperamentais que os tornaram difíceis no relacionamento, mas, em comum tiveram o coração aberto para acolher o projeto de Jesus Cristo.
            Se o percurso pessoal de um deles era totalmente diverso do outro, nem por isso deixaram de revelar algo comum: um itinerário de vida que se tornou progressivamente mais coerente com a vida de Jesus Cristo. A história de cada um, por lugares e serviços distintos, encarnou a manifestação viva do Cristo salvador.
            Pedro foi mais sistemático, organizado e legislador; Paulo foi mais carismático e mais aberto às novidades que emergiam do encontro do Evangelho com outras culturas. Assim, por caminhos diferentes os dois concorreram para serviços fundamentais na formação das comunidades seguidoras de Cristo.
            Se o modo de se portar, de pensar e de agir, tanto de Pedro como de Paulo, nem sempre convergia para a mesma conclusão, é edificante observar que procuraram diálogo e discutiram abertamente suas divergências. Também revelaram a rara capacidade de ceder diante de uma evidência de bom-senso que poderia fazer bem no caminho da vida dos discípulos de Jesus Cristo.
            O que mais se salienta da memória dos dois santos é o seu testemunho de Jesus Cristo e a capacidade de integrar sofrimentos, perseguições e difamações decorrentes do testemunho.
            É igualmente grato perceber que tanto Pedro como Paulo tenha desfrutado de muita estima e de muita empatia por parte das comunidades que animaram. Diversos textos salientam como muitas comunidades eram solidárias aos seus sofrimentos e rezavam por eles. Inclusive muitas pessoas se tornaram verdadeiros anjos, ou seja, sinais de Deus nos momentos difíceis destes dois apóstolos.
            Se Pedro foi agraciado com o poder das chaves para vincular na terra as coisas do céu, não foi certamente um ato de precedência e de honra, mas, constatação do que estava fazendo a partir do aprofundamento da sua fé. É neste belo itinerário de fé que cada batizado também é convidado a ativar a chave capaz de abrir as portas para que mais coisas de céu se manifestem no meio da fragilidade humana aqui na Terra.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...