Já bem esquecida da memória antiga,
Emerge em nossos dias triste cantiga,
Que, em tom lamurioso, canta glórias,
E se rejubila de mirabolantes
vitórias.
O bezerro é substituído por
santuários,
Que exploram valores consuetudinários,
Com a farta venda de objetos
religiosos,
Sob propalação de milagres
prodigiosos.
Muito mais que de obra prima artesã,
Trata-se de esperteza afoita e malsã,
Que vende sonhos colhidos de ventos,
Sob roupagem de vetustos conventos.
Tudo é festa, mobilidade e vasta
euforia,
Para gerar clima propenso a uma
alforria,
E das encantadoras e generosas
doações,
Apontam-se as aprimoradas
ostentações.
As suntuosidades faraônicas encantam,
Distantes do Reino, porque o espantam,
Com a religiosidade bem do bom agrado,
Mas, que alarga muito pouco do
sagrado.
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