Com a inaudita publicidade do prazer,
Tornou-se central em qualquer lazer,
A
propugnação de fantasias eróticas,
Com moralidade de ações despóticas.
Mesmo quem casa por excelso amor,
Vê declinar em pouco tempo o fervor,
De ser fiel a um juramento declarado,
E acaba no tedio do rotineiro enfado.
O mito da felicidade sem fim do sexo,
Praticado sem amor e sem complexo,
Esvazia o nobre respeito à
intimidade,
E anula rica e grandiosa
peculiaridade.
Com o falso mito do apogeu de
transar,
Alia-se a obsessão de poder
compensar,
Os recalques e frustrações
emocionais,
E o amor some em saltos excomunais.
Na exaustão da novidade das formas,
Das fantasias e maneiras sem normas,
Exaure-se toda complementariedade,
E tudo vira objeto de descartabilidade.
O que deveria desencadear felicidade,
Causa desencanto e vazio à saciedade,
E reduz a vida a decepção
causticante,
Sem projetos que a tornem edificante.
Sob a infelicidade que gesta
frustração,
Os dias somente aumentam prostração,
E movem fantasias com outros braços,
Nas hipóteses plenas de outros
regaços.
Nenhum comentário:
Postar um comentário