quinta-feira, 7 de julho de 2016

Na miragem da fama



Uma produzida necessidade de aparência,
Escancara uma extraordinária indecência,
Que, sob o sepultamento frívolo da ética,
Estabelece o venerado jardim da estética.

Importa a imagem e a sugestiva roupagem,
Para encobrir os interesses e a sacanagem,
Com o fito de alargar honra de muita fama,
E um império de alucinações para a cama.

Na suposição de que a fama aufere direitos,
De perpetrar fantasias com crassos defeitos,
Procrastina-se no abuso de trato elementar,
Da coisificação de outros só para se alentar.

Da semelhança com a ancestralidade animal,
Renova-se um pressuposto de efeito abismal,
De desfazer o nome e a fama do concorrente,
A fim de estratificar-se no topo do precedente.

Constatada como caminho exotérico ao poder,
A fama insensibiliza e põe tudo a se escafeder,
Pois visa tornar-se visível na elevada aparência,
Sem modificar o real quadro de incompetência.






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