quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sofrência



Na contramão da sofrida carência,
Sempre se avista uma clemência,
Disposta a afugentar o sofrimento,
Com o mais atencioso sentimento.

No desvelo da disposição bondosa,
Geralmente sobressai bem vistosa,
Expectativa de fruição interesseira,
                                                      Sob uma farta bajulação lisonjeira.

A sofrência apenas parece sossegar,
Para o amor finalmente se propagar,
E já aparece cheio de mil artimanhas,
A frustrar os sonhos até as entranhas.

O esperado complemento da carência,
Deixa ainda mais enrustida a sofrência,
E longe de afugentar os maus agouros,
Revela os interesses nada duradouros.

Sobra, enfim, a lida ainda mais pesada,
Para integrar a aposta tão espezinhada,
Que não preencheu nenhuma carência,
E ludibriou na fantasia da contingência.





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