Da infinita combinação dos desejos,
Vertem ilimitados e floridos ensejos,
De apropriação do objeto atraente,
Para ficar mais feliz e bem contente.
No interesse eclode um ricocheteio,
Para que fique longe e de escanteio,
Quem ousar no fito do mesmo alvo,
E desejar assegurá-lo intacto e salvo.
Quando dois olhares focam o objeto,
Ambos se envolvem do desejo abjeto,
De disputar o maior direito de
possuir,
Antes que o outro dele possa
usufruir.
Da herança selvagem de posse forçada,
Persiste na nossa condição
mimetizada,
A violência que gera constantes
crises,
E os disfarçados e sorrateiros
deslizes.
Neste potencial de guerra continuada,
Vive-se a eterna rivalidade
exacerbada,
Não só de fêmeas e machos ciumentos,
Mas, de frenético desfrute dos
intentos.
Tolerar tamanha violência na
sociedade,
Implicaria em desastrosa
permissividade,
Capaz de afetar até nosso vasto
planeta,
E rebaixar-nos em fragilidade proxeneta.
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