terça-feira, 5 de julho de 2016

Dois olhares no mesmo foco




Da infinita combinação dos desejos,
Vertem ilimitados e floridos ensejos,
De apropriação do objeto atraente,
Para ficar mais feliz e bem contente.

No interesse eclode um ricocheteio,
Para que fique longe e de escanteio,
Quem ousar no fito do mesmo alvo,
E desejar assegurá-lo intacto e salvo.

Quando dois olhares focam o objeto,
Ambos se envolvem do desejo abjeto,
De disputar o maior direito de possuir,
Antes que o outro dele possa usufruir.

Da herança selvagem de posse forçada,
Persiste na nossa condição mimetizada,
A violência que gera constantes crises,
E os disfarçados e sorrateiros deslizes.

Neste potencial de guerra continuada,
Vive-se a eterna rivalidade exacerbada,
Não só de fêmeas e machos ciumentos,
Mas, de frenético desfrute dos intentos.

Tolerar tamanha violência na sociedade,
Implicaria em desastrosa permissividade,
Capaz de afetar até nosso vasto planeta,
E rebaixar-nos em fragilidade proxeneta.



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