quinta-feira, 30 de junho de 2016

Perversidade da mitigação



Nada mais humilhante e desprezível,
Do que o argumento público indizível,
Que procura abrandar grandes roubos,
Sob a falação dos pomposos arroubos.

Na sutil ironia diante do povo sofrido,
Cooptado e acintosamente denegrido,
Atenua-se a usurpação vil e indevida,
Como a mais sensata e justa medida.

No abrandar da possessão desmedida,
Acalma-se a opinião adversa e ferida,
Com mitigação execrada e indecente,
Sem remorsos com o povo padecente.

Para desarticular os ânimos exaltados,
Amenizam o teor de atos consumados,
Como gestos de bom ato humanitário,
Sem levar em conta seu agir salafrário.

Ao visarem alívio do perverso praticado,
Arrostam similares indecentes do pecado,
Que os defendem com impecável pureza,
E os enaltecem pela mais ilibada inteireza.





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