sexta-feira, 3 de junho de 2016

Vozes do silêncio



Diante da anestesia dos sons,
Ampliados em repetidos tons,
O silêncio aponta nos desejos,
Linguagem de outros ensejos.

Quero os silêncios eloquentes,
Sem os ruídos inconsequentes,
Que atrapalham toda audição,
Pela estrepitosa comunicação.

Já saturado com tantos sons,
De estridulantes contrassons,
Almejo um silêncio benfazejo,
Que aponte um inusitado ejo:

Não o silêncio mortal da vida,
Ou o da resistência aguerrida,
A paralisar as boas atividades,
Mas do aporte para novidades.

Sonho com o silêncio solidário,
Tão versátil e pouco ordinário,
E nada afoito na demonização,
E sem as ordens da moralização.

Não espero o silêncio acusador,
Mas o que aponta para o ardor,
Que ultrapassa toda indolência,
E se transforma em condolência.

No desejo anseia silêncio virtual,
Sem lamento ou lamúria pactual,
Do insidioso hábito de condenar,
Alheio de compaixão para sanar.








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