quarta-feira, 1 de junho de 2016

Obsessão pelo domínio



Da antiga conquista indo-européia,
Desencadeou-se a trágica epopéia,
Da autoridade para tudo desbravar,
E eliminar todo aquele que a negar.

Sublevou-se o pendor do preservar,
Tudo o que era valioso de conservar,
E nem mesmo se cultivou a riqueza,
Da mãe-terra, ornada de rara beleza.

A criação não cuidada e mal amada,
Atordoada pela agressão desandada,
Geme nas dores da invasão violenta,
Sem encontrar respeito que a alenta.

As ricas diferenças étnicas e culturais,
São combatidas como doenças virais,
E fadadas ao desaparecimento banal,
Sob a voracidade da ambição infernal.

Ao silêncio forçado das terras e matas,
Agrega-se o mutismo de vidas pacatas,
Condenadas à antecipada decrepitude,
Longe da ínfima e respeitosa solicitude.

 O domínio nega o necessário respeito,
Do quanto a vida teria o justo direito,
De ser fruída e ricamente auscultada,
Ao invés de ser friamente maltratada.




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