quinta-feira, 16 de junho de 2016

Piano de duas teclas



Na febril afoiteza de seminaristas,
Nem o estudo e a espiritualidade,
Apontam para humanitárias pistas,
Pois focam apenas pano e piedade.

Como o piano de apenas duas teclas,
Emitem tão somente repetidos sons,
Que, no enjoo, causticam os asseclas,
Sem gestar e nem afetar planos bons.

No fixismo dos tempos de antanho,
Firmam-se na resistência à novidade,
Como única verdade de bom tamanho,
Para afamada ascensão na sociedade.

Na imitação do relegado e preterido,
Revigoram o imaginário ornamental,
Do imagético que atrai pelo colorido,
Apesar de um mau gosto monumental.

Já não querem estudar para aprender,
Pois viúvas trouxas fornecem os panos,
Que enlevam seus sonhos de ascender,
E garantem os seus elitizados planos.

Como o seu piano só emite dois tons,
Acalantam somente o poder e honra,
E longe do discurso de proféticos sons,
Alargam o status religioso da desonra.









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