Do antigo anseio paradisíaco,
Sobrou só efeito afrodisíaco,
De laboração humanizadora,
Com a fascinação alentadora.
No afã da fome tecnológica,
Que suga a força psicológica,
Exaure-se o tônus muscular,
E o sonho da vida espetacular.
Na nova sedução da serpente,
De que o trabalho consistente,
Gera mais felicidade no jardim,
Acaba em sonho vago sem fim.
A vigilância direta sobre a ação,
Consegue revelar a esganação,
Tanto dos patrões e dos chefes,
Que intimidam com seus blefes.
Eliminada a força da liberdade,
Já não sobra nem solidariedade,
Mas, pessoas sobre si fechadas,
A evitar que sejam despachadas.
Oprimidas em seu duro trabalho,
E reduzidas a um mero frangalho,
Tornam-se vil e desumano objeto,
De ambiente brutal e bem abjeto.
Muito pouco se pensa em amizade,
E, menos ainda, em digna lealdade,
Pois o tempo lúdico dos bons ideais,
Esvai-se sem parâmetros angelicais.
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