Em tempo de excessiva racionalidade,
Eclode por todo lado e com saciedade,
Uma vulgarização de milagre mágico,
Incapaz de romper o fatalismo
trágico.
Do apelo ao transe como força divina,
Espertos mediadores delineiam a sina,
De mediar sorte, prosperidade e cura,
A quem, sedento e passivo, os
procura.
O fácil apelo ao dote especial
haurido,
De particular doação do Deus querido,
Aufere-lhes instâncias bem superiores,
Para borrifar sobre viventes
inferiores.
Esmeram-se pelos seguidores
devotados,
Que, submissos, obedientes e
resignados,
Precisam seguir à risca suas orientações,
Para o alcance das divinas
promanações.
Para assegurar o suspense da
mediação,
Apontam repetição detalhista de
oração,
Como capaz de trilhar o rumo
exotérico,
Mas, que os submete ao nível
periférico.
Alardeia-se muita pretensão
triunfalista,
Enquanto o ar que se respira é
fatalista,
E o verdadeiro milagre não é
percebido,
E nem revelado por exotérico
consabido.
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