sábado, 31 de outubro de 2015

Entes queridos



A memória de pessoas que nos antecederam,
E apesar de todo desejo contrário pereceram,
Move-nos na esperança da vida transformada,
Sem o perpetuado ciclo da volta reencarnada.

Na alegoria de sementes que se transformam,
E seguem vitais nas formas que se deformam,
Desejamos que a morte seja apenas passagem,
Da vida que se alarga com inusitada roupagem.

Se os limites fisiológicos não permitem antever,
Tudo o que para além da morte possa nos mover,
Acolhemos de Jesus o percurso de vida apontado,
Que possa levar à plenitude o nosso frágil estado.

Ao confiar neste indicativo para além da morte,
Esperamos itinerário redentor como novo aporte,
Que nos leve a uma felicidade progressiva e plena,
Diante de tanta influência que por aqui nos aliena.

No percurso da celebração de uma rica esperança,
A morte irrompe numa cultural e afetiva andança,
Mas não anula a comunhão efetiva da companhia,
Nem a certeza de que o amor causa mais harmonia.

Na memória de tantos entes queridos que pereceram,
Aviva-se a esperança de que tudo o que enalteceram,
Torne-os peregrinos na comunhão do amor que redime,
E, na plenitude, libertos do humano pendor que oprime.






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