quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Das entranhas da Terra



Emerge da Terra e de suas entranhas,
A vida que se expande em profusão,
E se agita de formas bem estranhas,
Procurando caminhos de expansão.

A noção de alma advinda do além,
Denegriu a condição não humana,
E a tratou com execrável desdém,
Como realidade caótica e profana.

Ao assimilar a alma ao criador,
Desmereceu todo o humano,
Na suposição de ser superior,
E perpetrou um ledo engano.

A essência da alma humana,
Irmã da alma da mãe terra,
Ligada ao que dela emana,
É pendor que ela encerra.

Se a obra toda maravilhosa,
Sinal amoroso de um Deus,
Permite tal ação grandiosa,
Porque sentir-se um Zeus?

Que o senso religioso reparador,
No respeito à vida envolvente,
Difusa de jeito tão encantador,
Estabeleça a harmonia decente.








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