Falta remédio para suportar um
sujeito,
Todo metido a sabidão que, sem
defeito,
Alardeia freneticamente o que não
sabe,
E ousa ser pedante no que não lhe
cabe.
Vangloria-se da esperteza e
sabedoria,
Com a análise de sofisticada artilharia,
Para desmascarar vasta burrice
alheia,
Apesar de estaqueado na própria peia.
Arrogante, sabe rir muito de si
mesmo,
Para narrar como deixou outros a
esmo,
Com sua perspicácia para captar a
falha,
De algum vivente que caiu na sua
malha.
Atrevido na falação sobre lidas
alheias,
Sempre muito superior às frágeis
teias,
De fracos analisados com farta
minúcia,
Na sua esperta e extraordinária
astúcia.
Gaba-se a si mesmo, da rara
sabedoria,
Pela qual flagra erro e deslize de
mania,
Dos que se proclamam muito espertos,
E, sobre o como, os deixa
boquiabertos.
Só não percebe o quanto a sua
chatice,
Vive parolando de uma vulgar mesmice,
Que irrita por ar ostentoso e
exagerado,
Ao se achar o condescendente
estimado.
Acha-se sabe-tudo com a opinião
única,
De um analista de visão unilateral
cínica,
Duma visão ultra-direitista
conservadora,
Sem tolerar uma hipótese
questionadora.
A pomposidade da sua erudição de
trela,
Apenas esconde o umbigo sob sua
fivela,
Porque tudo gira em torno do que
sabe,
Sem desconfiar que a sua lisura
desabe.
É fausto que se considera feliz e
ditoso,
Mas patina como indigesto presunçoso,
Vitimado pela sua imprópria
vanglória,
Que não lhe aufere esmilinguida
glória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário