Passou o furacão de infindas ameaças,
E bonança acalantada de boas praças,
Fez nascer um verbo novo e inusitado,
O de “fuxar”, como o verbo aloprado.
É derivado de “fuçar” ou bisbilhotar,
Para remexer, adaptar e investigar,
E apresentar de forma desordenada,
Uma bela justificativa desamparada.
Fuxar constitui impreterível
garantia,
Da mais excelsa e proeminente valia,
De relativizar qualquer alta
instância,
Para realçar valor de outra
substância.
Leis e regimentos são para inferiores,
E para muitos politiqueiros
desertores,
Que não votaram no ditame acertado,
E mudaram bom resultado aguardado.
Assim, fuxar enseja usar derivados,
Com seus polissêmicos significados,
Para a bela justificativa
intencional,
Que defenda tudo o que é irracional.
Importa pose com nobre ar triunfal,
Para um sofístico argumento cabal,
Que possa remeter ao improvável,
E salvar a vítima de modo louvável.
Nos fatos notórios de conspiração,
Deve-se considerar a boa intenção,
De movimentos e enleios barbacãs,
Com desvelo pelas pessoas cidadãs.
Passada a saturação das fuxagens,
Virá o novo estágio de futucagens,
A insinuar que dito foi um desdito,
E tudo se reverterá para o bendito.
Propugnar-se-á tudo o que convém,
Para estratificar a paz que faz bem,
Com líder carismático e seu séquito,
Sábio a governar de modo intrépido.
Único efeito mórbido do verbo fuxar,
É que ele vai permanecer no sufocar,
Com um bombardeio de informações,
Sobre as mais lídimas boas intenções.
Em suma, alguém deixaria de “fuxar”,
Para um bom correligionário resgatar,
E assegurar as privilegiadas
benesses,
Sobre ingratas e imprevisíveis messes?
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