No seu arroubo auto-estufante,
Ele se move a vapor diletante,
Diz que outros querem chegar,
De onde ele já está a retornar.
Interpreta-se um sábio esperto,
Que encontra o caminho certo,
Em suas falas engrandecedoras,
Lúcidas indicações promissoras.
Escuta muito pouco a fala alheia,
Porque a enrola na própria teia,
Para seguir falando todo tempo,
Do seu primoroso passa-tempo.
Indicar o que necessita ser feito,
É o que considera ser seu preito,
Pois, nasceu para ser o superior,
Na função de ensinar o inferior.
Planta melhor do que os outros,
Verifica todo erro de desdoutros,
Colhe, largamente, mais e melhor,
Pois seu produto tem melhor teor.
É dotado por um raciocínio rápido,
Que transforma argumento vápido,
Num saboroso trunfo da maestria,
Da sua nobre e provecta sabedoria.
Não espera elogio do interlocutor,
Porque antecipa ar perscrutador,
Favorável a autoelogio do que fez,
Pois com ele nem esperto tem vez.
O único analista que intui o certo,
De toda mediocridade, já liberto,
Fausto frui só de alguns amigos,
Os demais preferem ser inimigos.
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