segunda-feira, 9 de junho de 2025

CRIME BÁRBARO

  

            Naqueles tempos de muito bandidismo no oeste catarinense, a cidade de São Carlos foi surpreendida por um crime que deixou a pacata população profundamente abalada e largamente indignada com a morte cruel de duas pessoas muito estimadas e totalmente inofensivas.

            Criminosos entraram, numa noite, na casa de um casal de idosos e os matou com requinte de perversa crueldade. Além da matança do casal, do roubo e dos estragos nos móveis e equipamentos, não deixaram nenhuma pista. Era algo inominável, segundo as conversas. Muitas perícias e levantamentos de hipóteses não chegaram ao menor indício sobre quem poderia ter cometido crime tão hediondo e bárbaro.

As conversas, por longo tempo, não ficavam sem a centralidade deste assunto, mas, gradualmente, foram perdendo a importância, porque tudo continuava como um mistério. Os anos se passaram e o assunto caiu no esquecimento. No entanto, como nem todo mistério segue indesvendável para sempre, a pista dos criminosos se abriu por onde, certamente, nem eles mesmos poderiam suspeitar.

Em São Carlos, a Relojoaria do Senhor Rauber, era a única da cidade, mas, muito frequentada para consertos de relógios e, também, para compra de relógios, anéis e outras joias. Certo dia, alguém trouxe um relógio para conserto. Era relógio que o senhor Rauber tinha vendido, e ele, tinha um procedimento que praticamente ninguém sabia: colocava as iniciais do nome do comprador na parte interna da tampa do relógio. O que o homem que trouxe o relógio, provavelmente, não desconfiou por não saber do detalhe, é que o Senhor Rauber, quando abriu o relógio para o concerto, viu as iniciais do nome do legítimo comprador que tinha sido barbaramente assassinado junto com sua esposa.

Ao verificar aquelas letras iniciais, seu Rauber foi até a polícia e informou o que ocorrera diante de um pedido de conserto do relógio. Combinaram um horário para a entrega do relógio consertado, com quem o trouxe, e a polícia prendeu o sujeito naquela hora. No interrogatório policial, este confirmou o latrocínio e a matança do casal de idosos e ainda revelou a ajuda de um capanga que era seu vizinho. Em poucas horas, a polícia informou a prisão dos dois.

Presos na cadeia de São Carlos, a polícia temeu que os moradores iriam linchar os bandidos e os transferiu para Chapecó. Como a notícia do monstruoso crime repercutiu amplamente em toda a região e reacendeu a indignação profunda, em Chapecó, os dois bandidos, viveram por poucas horas. Uma grande multidão de pessoas invadiu a cadeia, onde os dois bandidos se encontravam, matou-os a pauladas, e, incendiou a cadeia como reação de vingança.

 

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