Naqueles
tempos de muito bandidismo no oeste catarinense, a cidade de São Carlos foi
surpreendida por um crime que deixou a pacata população profundamente abalada e
largamente indignada com a morte cruel de duas pessoas muito estimadas e totalmente
inofensivas.
Criminosos entraram, numa noite, na
casa de um casal de idosos e os matou com requinte de perversa crueldade. Além
da matança do casal, do roubo e dos estragos nos móveis e equipamentos, não
deixaram nenhuma pista. Era algo inominável, segundo as conversas. Muitas
perícias e levantamentos de hipóteses não chegaram ao menor indício sobre quem
poderia ter cometido crime tão hediondo e bárbaro.
As conversas, por longo tempo, não ficavam sem
a centralidade deste assunto, mas, gradualmente, foram perdendo a importância,
porque tudo continuava como um mistério. Os anos se passaram e o assunto caiu
no esquecimento. No entanto, como nem todo mistério segue indesvendável para
sempre, a pista dos criminosos se abriu por onde, certamente, nem eles mesmos
poderiam suspeitar.
Em São Carlos, a Relojoaria do Senhor Rauber, era
a única da cidade, mas, muito frequentada para consertos de relógios e, também, para
compra de relógios, anéis e outras joias. Certo dia, alguém trouxe um relógio
para conserto. Era relógio que o senhor Rauber tinha vendido, e ele, tinha um
procedimento que praticamente ninguém sabia: colocava as iniciais do nome do
comprador na parte interna da tampa do relógio. O que o homem que trouxe o
relógio, provavelmente, não desconfiou por não saber do detalhe, é que o Senhor
Rauber, quando abriu o relógio para o concerto, viu as iniciais do nome do
legítimo comprador que tinha sido barbaramente assassinado junto com sua
esposa.
Ao verificar aquelas letras iniciais, seu
Rauber foi até a polícia e informou o que ocorrera diante de um pedido de
conserto do relógio. Combinaram um horário para a entrega do relógio
consertado, com quem o trouxe, e a polícia prendeu o sujeito naquela hora. No
interrogatório policial, este confirmou o latrocínio e a matança do casal de
idosos e ainda revelou a ajuda de um capanga que era seu vizinho. Em poucas
horas, a polícia informou a prisão dos dois.
Presos na cadeia de São Carlos, a polícia
temeu que os moradores iriam linchar os bandidos e os transferiu para Chapecó.
Como a notícia do monstruoso crime repercutiu amplamente em toda a região e
reacendeu a indignação profunda, em Chapecó, os dois bandidos, viveram por poucas
horas. Uma grande multidão de pessoas invadiu a cadeia, onde os dois bandidos
se encontravam, matou-os a pauladas, e, incendiou a cadeia como reação de vingança.
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