sexta-feira, 23 de junho de 2023

IMPULSO GENERATIVO

 

 

Neste traço peculiar humano,

De elevar a vida no inumano,

Mais que procriação biológica,

Sonha-se com bondade lógica.

 

Ampliar relações de saciedade,

No participar em comunidade,

Com o serviço bom e altruísta,

Solidifica a solidária conquista.

 

Na gestação de novos valores,

Surgem crises nada decolores,

A preencher vida com objetos,

Que matam possíveis projetos.

 

Estimulação ao gozo ilimitado,

Festivo e sem horário marcado,

Leva ao abuso de alucinógenos,

E rejeição aos extra-endógenos.

 

Só o que vem da subjetividade,

Inibe colaborativa benignidade,

E retrai para largo consumismo,

No cego desfrute, com cinismo.

 

Sem um horizonte generativo,

O quarto vira o único lenitivo,

De proteção contra os medos,

E delírio com ilusórios enredos.

 

Impulso compulsivo a consumo,

Fecha-lhes um produtivo rumo,

E em vez de laços generativos,

Consomem alienantes lenitivos.

 

Sentimento precário e provisório,

Nivela tudo e todos como irrisório,

Fruindo como vermes consumistas,

Acuados nos seus redis narcisistas.

 

Nem sequer esportes os encantam,

Pois, presos a telinhas que cantam,

Viram objetos do vírus capitalista,

Presos numa onda sensacionalista.

 

Sob enganoso discurso dominante,

Nada pensam para levá-lo adiante,

E vão aos poucos implodir um jeito,

Que cultua poder de falso respeito.

 

 

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