No andar em ruas não vejo olhares,
Mas só vultos humanos unicelulares,
Focados num único e pequeno foco,
E sem habilidade de algum desfoco.
Com o online do cérebro no celular,
Na aparente conexão fria e acelular,
Some beleza do mundo circundante,
Ante fito na informação abundante.
Na rua, no consultório ou na polícia,
Todos hiperocupados e sem malícia,
Precisam denotar ocupação obreira,
Que dispensa uma atenção fagueira.
Nem olhar disperso, nem conversa,
Pois, importa uma atenção imersa,
No bélico bombardeio informativo,
Como o melhor do humano lenitivo.
O mundo fundo e vasto do olhar,
Nem desperta razões a antolhar,
Para desejos ou encantamentos,
Pois nada em fixos provimentos.
A aparente otimização do tempo,
Como ideal meio de passatempo,
Já não discerne algo importante,
Na vasta e multioferta alienante.
No grande mito que tudo distrai,
O cérebro antenado nada abstrai,
Do que possa dar razão e sentido,
Ao contingente humano esvaído.
Se tudo ocupa e nada diferencia,
O traço de valorar não potencia,
O inato valor genuíno e peculiar,
Para a interação humana alargar.
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