quarta-feira, 14 de junho de 2023

A NOVA RELIGIÃO DO SUCESSO

 


Ao lado das tantas e tão antigas,

A solicitar dedicação com fadigas,

Eis agora a nova de valor excelso,

Com a irradiadora sede no bolso.

 

Com afamados sumos sacerdotes,

A espargir com diatribes e pinotes,

Surgiu enfim uma augusta religião,

A requerer cultos ao Eu em ação.

 

Em vez de ética e posturas morais,

Ou solicitude com gestos laborais,

A nova religião pede culto festivo,

Com ardor precípuo, intempestivo:

 

A nova crença centraliza o dinheiro,

Provento tão simpático e altaneiro,

Que dispensa as liturgias para Deus,

E irradia conversão de muitos “eus”.

 

Se outras religiões tão clericalistas,

Asseguram suas rígidas conquistas,

A nova, vê no poder que dá prazer,

Ilimitado sucesso para um benfazer.

 

No Eu adorável, a primazia de tudo,

Está no vasto acumulado topetudo,

Para que desejosos fiéis projetem,

Atos similares que os arremetem.

 

A religião do Eu, relega consciência,

Ou sentimento justo com decência,

E a virtude excelsa e é a corrupção,

Para uma ação missionária de ação.

 

Sem a lei ética e sob moral diluída,

Não importa interação enternecida,

Mas capital para domínio e sucesso,

Que alargue um contínuo progresso.

 

 

 

 

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