segunda-feira, 3 de julho de 2017

Religião do gosto pessoal



Larga busca da dimensão religiosa,
Quer só a confirmação prodigiosa,
Do que pressupõe ser um lenitivo,
Para amainar seu gosto subjetivo.

Todo diferente é rejeitado na hora,
Pois só a confirmação que se adora,
Merece boa consideração de valor,
E se torna digna de honrado louvor.

Quando alguém propõe algo novo,
Ou aponta rumo diferente ao povo,
É rotulado de perverso comunista,
Que afasta o reto fiel de sua pista.

Qualquer mudança é demonizada,
E se escolhe a pregação desejada,
Que bem confirme o já assimilado,
Para lhe auferir elogios de agrado.

No ocultamento do que questiona,
Prática que assusta e impressiona,
Alarga-se a religião do formalismo,
Movida por um cego consumismo.

Longe da tarefa de atos solidários,
Importam milagres extraordinários,
Que degradam qualquer conversão,
E apenas visam subjetiva satisfação.

Na aparente religião das vantagens,
Aumentam as fanatizadas miragens,
Que facilitam o êxito de malandros,
Que logram com escusos meandros.
















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