Como a água que se esgueira,
Entre pedras e desvios da eira,
A socialização de nosso tempo,
Desliza diante do contratempo.
O referencial de uma pertença,
Já não é de projeto e de crença,
Mas de adaptação ao prazeroso,
Para viabilizar o máximo gozo.
Exaurida a vantagem oferecida,
Nem acerto e nem a despedida,
Apontam um prognóstico sólido,
Diante do provisório tão insólito.
Dos sumiços em possíveis frestas,
Da vida sem as aprumadas arestas,
Abrem-se caminhos de adaptação,
Na busca de inusitada adequação.
Estável apenas enquanto vantajosa,
A nova moldagem, nada dadivosa,
Rege-se por futilidade de vantagem,
Para haurir bom proveito da imagem.
Some responsabilidade do prometido,
E posterga-se o quanto foi assumido,
Porque a adaptação bem oportunista,
Já espreita escorrer para outra
pista.
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