quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Desejos de Ano Novo



            Por mais variadas que sejam as expectativas em torno de cada ano vindouro, certamente se evidencia algo comum: todos querem que seja melhor. Com ou sem lentilha e cabeça de porco, com champanhe ou sem, com roupa branca ou de qualquer outra cor, com “revellion” ou sem, com muito ou pouco foguetório, o importante é que a celebração de passagem permita avaliação ponderada do ano vivido e motive bons propósitos no modo de ser.
            O povo bíblico costumava lembrar outra passagem mais importante que a de um ano, a da criação do universo, porque revelava o amor de Deus e a sua bênção às condições da vida humana, com toda a riqueza de ambientes e sistemas de vida do entorno.
            Desde muitos séculos antes de Cristo, se tornou oficial um rito judaico de prece para lembrar que Deus abençoa. Por isso, a cada novo ano judaico, os sacerdotes invocavam a Deus em favor do povo de Israel. Pediam que este povo fosse abençoado, sob a proclamação da fórmula: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te a sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! (Nm 6, 22-26).
            Quando tantos desejam a bênção de riqueza, de aumento considerável dos bens materiais unicamente para si, poucos serão agraciados pela bondade que deseja o bem aos outros. Também poucos poderão sentir-se amparados e cuidados por Deus para sentir seu rosto, como que a dizer: estou gostando do que você faz! Continue!
            Desejar o bem de todos, implica, necessariamente, em expectativa de que até os grandes corruptos possam mudar suas obstinações pessoais e interesseiras para se tornarem mais humanitários e sensíveis ao sofrimento da maior parte do povo da nação.
            Se nós cristãos, neste dia de passagem, - com toda sua carga simbólica de anseios e boas previsões, - pensamos o bem global das condições de vida, podemos lembrar, com alegria, o itinerário de vida, como sinal do amor de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré.
            A atribuição da palavra “Jesus” já significa “Deus salva”! Quem sabe, que a antiga oração sacerdotal de ano novo, possa nos levar, no jeito de Jesus Cristo, a pensar mais nos outros do que em nós mesmos. Assim, poderemos tornar-nos instrumentos da bênção de Deus para que muitas pessoas captem a imagem de um rosto amável, capaz de despertar sentimentos de paz ao invés de depressão, de pânico, de medo e de perseguição.
            Nada melhor do que lembrar também a mãe de Jesus Cristo, para que sua maneira de portar-se em relação aos outros, o nosso país possa sentir-se abençoado e viver efetivamente mais paz, não a da intimidação, mas, aquela advinda da segurança básica e do bom relacionamento.


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