Os olhos,
penetrantes nas rápidas focagens,
Chegam aos meandros
escondidos do coração,
Reviram suas
múltiplas linguagens,
E, ao mesmo tempo,
lhes fazem interpelação.
Ante as repulsas e
os fascínios,
Os olhos freiam a
atenção;
E no socorro aos
raciocínios,
Impelem para variada
ação.
Ao captarem dos
outros olhares as cores,
Apelam ao cérebro,
pelo júri da decisão;
E como num jardim de
muitas flores,
Explicitam logo sua particular
predileção.
Enquanto os
neurônios ao cérebro entregam,
Os comunicados da
nova opção;
Nele, já outros
processos navegam,
Para caminhos de
integração.
Dos sentimentos
passados e fruídos,
Os olhos são memória
e expressão:
Ou os tornam mais
aguerridos,
Ou levam a romper a
comunicação.
Do insondável mundo
interior,
Os olhos revelam
ampla informação,
Que vai da mágoa ao
fervor,
E do ódio até a
compaixão.
Sensíveis às sutis
manifestações,
Da ternura e da
provocação,
Inveja e tantas
negativas sensações,
Os olhos vencem pela
doçura, toda a incompreensão.
Do carinho à
indignação,
E do orgulho à
clemência,
Captam os olhos a
sutil distinção,
Para reações serenas
ou de irreverência.
Sensíveis e capazes
de manifestar dó
Renovam-se para
transluzir fortaleza,
E ajudar a quem se
sente demasiadamente só,
A descobrir, na
solidariedade, a fonte da riqueza.
Os olhos irradiam
fantásticas capacidades,
De despertar, nos
outros vagos olhares,
As fenomenais
potencialidades,
Articuladoras de
novos patamares.
Como calmantes que
aliviam a dor,
Os olhos despertam
novos sentimentos,
Para reativar os
anticorpos do vigor,
Rumo ao alcance de
inovadores portentos.
No horizonte da
empatia humanitária,
Soltam os olhos a
força da sabedoria,
E causam o milagre
da luz planetária,
Que tira das dores a
revitalização da alegria.
Gestores dos mais nobres
sentimentos,
Os olhos, quando
direcionados para a transcendência,
Ultrapassam os mais
elevados discernimentos,
Para uma vida de
mais digna excelência.
Umedecidos pelas
lágrimas da ecologia,
Junto com o
fervilhar da vida abundante,
Refletem os olhos a
maestria,
Do milagre da
natureza circundante.
Dotados de dinâmica
força magnética,
Os olhos atraem para
a intimidade;
Alargam-se, todavia,
com mais força energética,
Quando produzem
frutos de vitalidade.
Na irradiação do
discernimento,
Os olhos são
pioneiros nas descobertas,
Capazes de diminuir
o sofrimento,
E deixar disponíveis
à vida, outras portas abertas.
Os olhos ainda são
dotados do poder de quebrar censuras,
E de aprofundar
conhecimento e virtude;
São, também,
agraciados com o poder de selecionar as doçuras,
Que enlevam a
condição humana à maior plenitude.
Como memória das
humanas ações,
Os olhos edificam a
grandeza dos serviços sociais,
Mas, também revelam
a crítica das frustradas intuições,
Para transcender as
contradições paradoxais.
Ao lado das mil
grandezas refletidas nos olhares,
Aparecem, neles, as
evidências sintomáticas,
Da vida social,
pessoal e dos lares,
Ou das histerias e
das posturas lunáticas.
Enquanto alguns
olhares se expressam fugazes,
Racistas, impávidos
e inflexíveis,
Outros se mostram
ameaçadores, fanáticos e vorazes,
Provocativos, falsos
e indefiníveis.
Do visual não
escapam os olhares claudicantes,
Ou amorosos,
cordiais e compassivos;
Mas, outros também
são indecisos, frouxos e mendicantes,
Bem como, tímidos,
medrosos e apreensivos.
Misturados aos
olhares perspicazes e gentis,
Aparecem os
puritanos e escrupulosos,
Mas, igualmente, os
translúcidos e infantis,
Que nos enchem de
sentimentos prazerosos.
Enfim, não escapam
nos olhares os que são dramáticos,
Doentes, ambíguos e
originais;
E, ainda os que são
meigos, modestos e emblemáticos,
Para enaltecer as
belezas genuínas e angelicais.
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