quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

RELIGIOSIDADE SEM DEUS

 


Da velha rigidez de ritos e orações,

Detalhistas para as pias execuções,

Esqueceu-se a mediação do vínculo,

Para venerar um trabalhado báculo.

 

Sem voz profética e evangelizadora,

A orientação espiritual promissora,

Não requer empenho na conversão,

Mas exercício isento de prostração.

 

Igrejas com donos de largo sucesso,

Desencadeiam o atraente processo,

Do consumo de imaginário religioso,

Suave, emotivo, meigo e auspicioso.

 

Exercícios de auto-ajuda para êxito,

Pressupõem mero motivo explícito,

Para apropriar avantajadas posses,

Na imagem irradiante das benesses.

 

A voz berrante não é a de salvação,

Mas grito de barganha por isenção,

A fim de que aumento patrimonial,

Configure bênção divina e celestial.

 

Na inusitada estetização religiosa,

Com a garantia de vida prodigiosa,

A venda do sucesso é assegurada,

Com garantia para pessoa isolada.

 

Mais que teologia da prosperidade,

É empreendedorismo sem lealdade,

Sob meta de controle e dominação,

Para desfrutar duma divina bênção.

 

Fé instrumentalizada para a política,

Pouco se importa com hermenêutica,

Mas, faz a chantagem para o sucesso,

E culpa o sujeito por eventual fracasso.

 

Nenhum apelo para amar, ou perdoar,

Nem para servir ou fraqueza superar,

Pois, poder da mente alcança o desejo,

Do pensamento positivo para lampejo.

 

Se sucesso depende apenas da vontade,

Ser cristão não requer pródiga atividade,

Mas ser fiel a dízimo e a dono da Igreja,

E aquilatar esperteza pelo que se almeja.

 

 

 

 

 

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