Da velha rigidez de ritos e orações,
Detalhistas para as pias execuções,
Esqueceu-se a mediação do vínculo,
Para venerar um trabalhado báculo.
Sem voz profética e evangelizadora,
A orientação espiritual promissora,
Não requer empenho na conversão,
Mas exercício isento de prostração.
Igrejas com donos de largo sucesso,
Desencadeiam o atraente processo,
Do consumo de imaginário religioso,
Suave, emotivo, meigo e auspicioso.
Exercícios de auto-ajuda para êxito,
Pressupõem mero motivo explícito,
Para apropriar avantajadas posses,
Na imagem irradiante das benesses.
A voz berrante não é a de salvação,
Mas grito de barganha por isenção,
A fim de que aumento patrimonial,
Configure bênção divina e celestial.
Na inusitada estetização religiosa,
Com a garantia de vida prodigiosa,
A venda do sucesso é assegurada,
Com garantia para pessoa isolada.
Mais que teologia da prosperidade,
É empreendedorismo sem lealdade,
Sob meta de controle e dominação,
Para desfrutar duma divina bênção.
Fé instrumentalizada para a política,
Pouco se importa com hermenêutica,
Mas, faz a chantagem para o sucesso,
E culpa o sujeito por eventual
fracasso.
Nenhum apelo para amar, ou perdoar,
Nem para servir ou fraqueza superar,
Pois, poder da mente alcança o desejo,
Do pensamento positivo para lampejo.
Se sucesso depende apenas da vontade,
Ser cristão não requer pródiga
atividade,
Mas ser fiel a dízimo e a dono da
Igreja,
E aquilatar esperteza pelo que se
almeja.
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