terça-feira, 24 de dezembro de 2024

PAPAI NOEL

 

 

O bispo Nicolau das sacolas,

Com suas lenhas e esmolas,

Nas noites escuras e gélidas,

Visitava pessoas famélicas.

 

Para ninguém morrer de frio,

Nem de fome em lar sombrio,

O santo enrolado em pelegos,

Fazia humanitários chamegos.

 

Da imagem associada ao natal,

Deste Cristo Jesus nada triunfal,

Reconheceu-se o despojamento,

Advindo como um divino alento.

 

Nos séculos de história natalina,

Acionou-se a melhor adrenalina,

Para prática dos gestos de Cristo,

Com o proceder muito benquisto.

 

No cultivo do desejo consumista,

Abriu-se uma moderna conquista:

De mudar o aniversário do Cristo,

Para firmar um estranho malvisto.

 

Anônimo, escondido na máscara,

Alimenta larga consciência avara,

Para justificar inaudito consumo,

Sem perpetrar solidário aprumo.

 

Quando o natal roubado de Cristo,

Não lembra seu mundo benquisto,

O esvaziamento do seu memorial,

Produz a festa dum vazio triunfal.

 

Bom para viciar criança bem nutrida,

Empanturra-la com coisa imerecida,

Leva a adorar o deus da comilança,

Dum imaginário pobre de bonança.

 

A estimulação de ofertar presentes,

Já não lembra as pessoas carentes,

Mas as da etiqueta de esnobação,

Para esnobar uma rica ostentação.

 

Sem demora, a festa de Papai Noel,

Vai mobilizar todo humano vergel,

Para que velhinho bem disfarçado,

Exerça simulacro de deus adorado.

 

 

 

 

 

 

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