“Brain rot”, nova doença declarada,
Dum modismo de doença execrada,
Refere-se à uma podridão cerebral,
Que degrada a capacidade mental.
Decorrente do consumo compulsivo,
De conteúdo fútil do meio televisivo,
Acomoda à passiva e resignada visão,
De engolir o veiculado pela
televisão.
Sem consciência crítica e nem
seletiva,
Passa-se o tempo na servidão
coletiva,
De pressupor que o mundo informado,
É o real para o objetivo e bom
legado.
No bombardeio exaustivo de imagens,
Cortado o tempo para avaliar
miragens,
Aceita-se artística produção que
distrai,
E na cotidianidade do real, tudo
abstrai.
Viver o mundo imaginário produzido,
Na convicção de argumento induzido,
Faz do mundo fantasioso e imagético,
Um cotidiano real, nada peripatético.
Embora programa feito para distrair,
Prende atenção sem poder discernir,
Que outras atividades na vida
efetiva,
Possam alargar a razão
intersubjetiva.
No assistir sentado ou deitado no
sofá,
Engendra-se uma tonturinha de gaiofá,
Teor alcoólico e anestésico que
apaga,
E simula gestos de um amor que afaga.
E quando bate a ansiedade com o tédio,
O cérebro indica bom e santo remédio:
Continuar atrelado na imagem
colorida,
Para acalmar autossugestão
esbaforida.
Na larga podridão cerebral ambulante,
Nada importa qualquer regra
edificante,
Mas, hábito viciado de consumo
calado,
De um mundo feito para ser
controlado.
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