quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

CÉREBROS PODRES

 

 

“Brain rot”, nova doença declarada,

Dum modismo de doença execrada,

Refere-se à uma podridão cerebral,

Que degrada a capacidade mental.

 

Decorrente do consumo compulsivo,

De conteúdo fútil do meio televisivo,

Acomoda à passiva e resignada visão,

De engolir o veiculado pela televisão.

 

Sem consciência crítica e nem seletiva,

Passa-se o tempo na servidão coletiva,

De pressupor que o mundo informado,

É o real para o objetivo e bom legado.

 

No bombardeio exaustivo de imagens,

Cortado o tempo para avaliar miragens,

Aceita-se artística produção que distrai,

E na cotidianidade do real, tudo abstrai.

 

Viver o mundo imaginário produzido,

Na convicção de argumento induzido,

Faz do mundo fantasioso e imagético,

Um cotidiano real, nada peripatético.

 

Embora programa feito para distrair,

Prende atenção sem poder discernir,

Que outras atividades na vida efetiva,

Possam alargar a razão intersubjetiva.

 

No assistir sentado ou deitado no sofá,

Engendra-se uma tonturinha de gaiofá,

Teor alcoólico e anestésico que apaga,

E simula gestos de um amor que afaga.

 

E quando bate a ansiedade com o tédio,

O cérebro indica bom e santo remédio:

Continuar atrelado na imagem colorida,

Para acalmar autossugestão esbaforida.

 

Na larga podridão cerebral ambulante,

Nada importa qualquer regra edificante,

Mas, hábito viciado de consumo calado,

De um mundo feito para ser controlado.

 

 

 

 

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