terça-feira, 29 de março de 2016

Na fragilidade contingente



Expelido de um útero e jogado ao mundo,
Não escapou de um básico traço imundo,
Da socialização num ambiente agressivo,
Sem meneios de sentimento compassivo.

Na árdua adaptação ao código simbólico,
Tudo foi nada romântico e nem bucólico,
Mas, na lei da selva social, a força física,
Alargou-se para além da condição tísica.

Amparado na força para impor seu lugar,
Conseguiu afirmar-se e a outros subjugar,
Com as alianças de retaguarda e proteção,
Para não morrer subsumido pela rejeição.

No dia-a-dia da vida nada isenta a dureza,
Da disputa frenética sem nenhuma moleza,
Para assegurar um minguado lugar no rol,
E não perecer neste universo do cálido sol.

No brogunciado mundo das incontáveis leis,
Todos querem sobressair-se sobre as greis,
Para melhor reserva de espaço e proteção,
Mesmo que implique em alheia humilhação.





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