terça-feira, 8 de março de 2016

Exibicionismo


Passado o tempo da veste ocultadora,
Da intimidade pessoal uma protetora,
Veio outro de valorizar vasta exibição,
Do corpo, como a melhor insinuação.

Na linguagem não verbal exibicionista,
Espelha-se a promoção sensacionalista,
Para apresentar bom produto de venda,
Ainda que distante de postura pudenda.

A exposição dos variados selfies e perfis,
Escancarados de referências nada sutis,
Insinua o consumo do corpo agraciado,
Movido pelo sonho de ser reverenciado.

Até a liturgia se impregna de ostentação,
Com muito pano de desfile e esnobação,
Do narcisismo falso de alcançar a glória,
Numa mágica ascendência da vanglória.

Como pavões chamativos e exibicionistas,
Escondem nas posturas bem antagonistas,
Vasta presunção sob as imagens exteriores,
A revelar a jactância dos mundos interiores.



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