segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O velho do asilo



Seu corpo exposto sem vida,
Sem a presença enternecida,
Nem quem saiba seu nome,
Ou a história do seu renome,
Cala sobre prole ou parente,
E sobre todo ato displicente.

Algo honroso a ser lembrado,
Esvai-se de ser contemplado,
E, como um ato desabonador,
Nada ficou do seu pundonor,
Nem da sua eventual proeza,
Para safar-se da dura crueza.

Simplesmente um corpo inerte,
Que aos asilados muito adverte,
Para um desfecho bem parecido,
De um final de vida entristecido,
Sem destaque de memória fática,
Nem de presumível vida errática.

Enterra-se com ele antigo sonho,
De um itinerário nada enfadonho,
Desejado nos acalantos dos pais,
E, que subsumiram como ideais,
Sem deixar rastros importantes,
E nem gestos bons e marcantes.





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