quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Dois caminhos no discipulado



No caminho da fé podem ser escolhidos distintos modos de proceder: o da humildade e da justiça, por um lado, e o da maldade e impiedade, por outro são duas perspectivas bastante comuns. Em muitas pessoas estes caminhos se misturam e se confundem.
Do memorial de Cristo temos um modelo destacado de quem pautou sua vida pela humildade e pela justiça. Mas, em tempos anteriores a Jesus Cristo, sobretudo na experiência dos judeus expatriados, já surgiram observações a respeito de pessoas que são agressivas, despóticas e insensíveis e tudo fazem para alcançar seus interesses egoísticos. Ofendem, caluniam, perseguem e desrespeitam literalmente a condição alheia; e, no frio calculismo de satisfazer sua própria glória e suas vantagens, debocham dos que são retos e honestos.
O surgimento de tensões, motivadas por causa de diferenças de etnia, de modos de falar, ou de distintas características regionais ou religiosas, também revela que existem pessoas que extrapolam o elementar respeito aos demais, e, além de se aproveitarem delas, zombam dos seus procedimentos e de suas expectativas religiosas.
Se para estas pessoas não é comum admitir que possam mudar de mentalidade, também não é fácil aos que se pensam bons, mas ficam presos a determinados modos de pensar a retidão e a justiça.
No evangelho de Marcos (9,30-37) narra-se que até mesmo os discípulos, que já tinham aprendido muitas lições de vida no acompanhamento de Jesus Cristo, sentiam enorme dificuldade para entender a orientação de Jesus Cristo a respeito da humildade e da justiça. Sentiam-se propensos para a ambição e a presunção por cargos de boa renda e de muita fama. Muitos deles parecem ter estado obcecados por poder e se sentiam muito relutantes na aceitação de que o caminho da humildade e retidão implicasse até mesmo na capacidade de assimilar sofrimentos.
Como alguns dos discípulos de Cristo, vemos em nossos dias, procedimentos muito similares de interesseiros por fama e poder. E quanto ódio e sofrimento são imputados a outras pessoas, através de procedimentos arrogantes em nossas comunidades católicas.
Nossas comunidades querem constituir-se num bom caminho de sacramentalidade da aproximação ao modo de ser de Jesus Cristo. Na prática, porém, muitos estão ali obcecados por ascensão e poder e acham muito desconfortável o apelo de Cristo de que o caminho é o do serviço aos fracos e marginalizados. O fascínio para ser o maior e o melhor parece realmente estranho ao caminho do serviço. Por isso, como os “cabeças-duras” do tempo de Cristo, muitos não apreciam a proposta de Cristo em nossos dias.





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