sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O reverendo paranóico



Sob os panos da presumida honra religiosa,
Escancara-se a incontida obsessão melosa,
Que revela a mórbida perturbação mental,
De iluminado orientador comportamental.

Proclama sua moral de elevada perfeição,
Como único a oferecer reta e boa direção,
Mas, apenas impõe servilismo dependente,
Para locupletar sua alucinação ascendente.

Reivindica cada dia mais autoridade e poder,
E submete simpáticos ao estranho proceder,
De seguir somente seus inadequados ditames,
E por considerar os demais como vis infames.

Considera perseguidor o agir de bom-senso,
E condena ardentemente qualquer consenso,
Que não engrandeça sua mania de grandeza,
E que não absorva seus critérios de inteireza.

Seduz ao formalismo estereotipado do culto,
E ataca o senso espontâneo como um insulto,
Porque, do seu categórico discurso religioso,
Exige devotamento e detalhismo minucioso.

Nas alucinações de ser a única via salvadora,
Da divina ação para uma eficácia redentora,
Oculta a sua vida real, perversa e indecente,

Abafada sob uma santidade apenas aparente.

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