quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O ideal de uma sociedade justa



            Do antigo sonho de Moisés, aos nossos dias, o sonho de uma sociedade justa leva ao estabelecimento de leis, normas e parâmetros de projetos sociais, mas, os almejados regimes monárquicos, sempre acabam estabelecendo regras que acabam em frutos opostos aos da justiça.
            De nada adianta recordar o sonho das tribos de Israel, que na busca de terra, experimentou a eficácia de um Deus libertador, se, rapidamente, esta memória esta memória das regras que visavam condições boas de vida e de dignidade para todos logo é esquecida. As próprias regras estabelecidas foram esvaziadas do seu sentido original e acabaram em legalismos excludentes. Discernir estes desvios da finalidade de regras sociais continua a ser problema crucial em nossos dias, do mesmo jeito como foi no tempo de Jesus Cristo.
            Ainda que Jesus Cristo tenha sido assimilado e experimentado como “caminho, verdade e vida” para conotar que no seu estilo de vida estava um modelo capaz de levar a uma sociedade mais justa, até mesmo este novo referencial acabou esvaziado pela exterioridade legalista e tornou-se simplesmente um legalismo excludente.
            Os articuladores desta sociedade justa, das meras aparências do tempo de Jesus Cristo, encontraram nele uma ação de resgate do que mais tinha sido roubado do espírito das leis: em vez de conduzirem ao bem–estar coletivo, o poder político e religioso esvaziou-as, de tal forma que passaram a exigir situações absurdas a partir de uma pureza falsa, que apenas favorecia a ideologia de alguns grupos dominantes. Assim, a lei, longe de se constituir mediadora de bem-estar e de boa convivência geral, constituía vasto sistema de casuísmos e, de muita cobrança dos detalhes e das exterioridades das regras deturpadas, num claro e total desvirtuamento da antiga Lei.
            Enquanto se cobravam regras insustentáveis ao povo em geral, todos acabavam reféns da incapacidade de vivenciar as normas estabelecidas. Os controladores sabiam cobrar as infrações, nos mínimos detalhes e numa vigilância de terror, que, além de oprimir, excluía grandes parcelas.
            Jesus apontou o lugar privilegiado para o alcance de uma sociedade justa: teria que começar na docilidade do coração! Por isso, nossos dias podem encontrar uma luz para o alcance do antigo sonho das tribos de Israel: normas e estatutos precisam produzir dignidade e paz social. Não basta que gestem vida privilegiada somente para alguns grupos dominantes, quer civis ou quer religiosos.


           


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