Do antigo
sonho de Moisés, aos nossos dias, o sonho de uma sociedade justa leva ao
estabelecimento de leis, normas e parâmetros de projetos sociais, mas, os
almejados regimes monárquicos, sempre acabam estabelecendo regras que acabam em
frutos opostos aos da justiça.
De nada
adianta recordar o sonho das tribos de Israel, que na busca de terra,
experimentou a eficácia de um Deus libertador, se, rapidamente, esta memória esta
memória das regras que visavam condições boas de vida e de dignidade para todos
logo é esquecida. As próprias regras estabelecidas foram esvaziadas do seu
sentido original e acabaram em legalismos excludentes. Discernir estes desvios
da finalidade de regras sociais continua a ser problema crucial em nossos dias,
do mesmo jeito como foi no tempo de Jesus Cristo.
Ainda que
Jesus Cristo tenha sido assimilado e experimentado como “caminho, verdade e
vida” para conotar que no seu estilo de vida estava um modelo capaz de levar a
uma sociedade mais justa, até mesmo este novo referencial acabou esvaziado pela
exterioridade legalista e tornou-se simplesmente um legalismo excludente.
Os
articuladores desta sociedade justa, das meras aparências do tempo de Jesus
Cristo, encontraram nele uma ação de resgate do que mais tinha sido roubado do
espírito das leis: em vez de conduzirem ao bem–estar coletivo, o poder político
e religioso esvaziou-as, de tal forma que passaram a exigir situações absurdas
a partir de uma pureza falsa, que apenas favorecia a ideologia de alguns grupos
dominantes. Assim, a lei, longe de se constituir mediadora de bem-estar e de
boa convivência geral, constituía vasto sistema de casuísmos e, de muita
cobrança dos detalhes e das exterioridades das regras deturpadas, num claro e total
desvirtuamento da antiga Lei.
Enquanto se
cobravam regras insustentáveis ao povo em geral, todos acabavam reféns da
incapacidade de vivenciar as normas estabelecidas. Os controladores sabiam
cobrar as infrações, nos mínimos detalhes e numa vigilância de terror, que,
além de oprimir, excluía grandes parcelas.
Jesus
apontou o lugar privilegiado para o alcance de uma sociedade justa: teria que
começar na docilidade do coração! Por isso, nossos dias podem encontrar uma luz
para o alcance do antigo sonho das tribos de Israel: normas e estatutos
precisam produzir dignidade e paz social. Não basta que gestem vida
privilegiada somente para alguns grupos dominantes, quer civis ou quer
religiosos.
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