Enquanto corriam soltas as propinas,
Com os ares de felicidade nas sinas,
Tão poucos reclamavam da sorte,
Do silencioso de traiçoeiro aporte.
Agora, o ar que se respira é
queixoso,
E toda fala se reveste do lamentoso,
Pois, a reparação do mórbido desvio,
Desperta prostração de raro arrepio.
Na síndrome dos ingênuos honestos,
Já sem moral para efetivos protestos,
Vai-se a eira da aquilatada
corrupção,
Para reatar a luz da política condição.
Velhas mentiras se tornaram
evidentes,
Para tirar o ar misterioso dos
videntes,
E escancararam o discurso
resfolegado,
Tão inepto para gestar um novo legado.
Do ressentimento autopunitivo de
culpa,
Eclode uma vertiginosa e larga
desculpa,
Para evadir-se de merecida incriminação,
Do amargo preço de uma nova direção.
Escancarada a crise do modelo
renitente,
De melífluo e loquaz discurso indecente,
Espera-se um controle de
procedimento,
Para desviar dos outros o
deslocamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário