Quando o tempo muda o critério do que
muda,
Tudo se vai do anterior parâmetro e
se desnuda,
Porque para os novos e aquilatados
referenciais,
Tornam-se inócuas muitas respostas
tradicionais.
Ao se mudarem muitos critérios de
compreensão,
Esmorecem seguras balizas de rumo e
contensão,
E se espalham as desleais práticas de
apropriação,
E as tantas regras ético-religiosas
de moralização.
Emerge então o horizonte do
fundamentalismo,
Como a grande novidade diante do
amoralismo,
Mas, na gerência do vasto sistema de
mercado,
Adota seus valores de um histórico
sem legado.
O legado moral já sumido no espaço
emocional,
Cede espaço ao individualismo
desproporcional,
Que faz da religião o vasto parâmetro
subjetivo,
Com soluções apenas afetivas para o
seu lenitivo.
O fundamentalismo se engendra mais
perigoso,
No afã de oferecer um seguro aporte
fervoroso,
Não reconhece em nada identidades
diferentes,
E se torna autoritário para conduzir
dependentes.
Insiste então nos estreitos ditames
da obrigação,
Que eliminam qualquer chance de
reconciliação,
Aos que não se ajustam aos ditames de
ordem,
Para criar guetos puritanos livres de
desordem.
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