segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mudança



Quando o tempo muda o critério do que muda,
Tudo se vai do anterior parâmetro e se desnuda,
Porque para os novos e aquilatados referenciais,
Tornam-se inócuas muitas respostas tradicionais.

Ao se mudarem muitos critérios de compreensão,
Esmorecem seguras balizas de rumo e contensão,
E se espalham as desleais práticas de apropriação,
E as tantas regras ético-religiosas de moralização.

Emerge então o horizonte do fundamentalismo,
Como a grande novidade diante do amoralismo,
Mas, na gerência do vasto sistema de mercado,
Adota seus valores de um histórico sem legado.

O legado moral já sumido no espaço emocional,
Cede espaço ao individualismo desproporcional,
Que faz da religião o vasto parâmetro subjetivo,
Com soluções apenas afetivas para o seu lenitivo.

O fundamentalismo se engendra mais perigoso,
No afã de oferecer um seguro aporte fervoroso,
Não reconhece em nada identidades diferentes,
E se torna autoritário para conduzir dependentes.

Insiste então nos estreitos ditames da obrigação,
Que eliminam qualquer chance de reconciliação,
Aos que não se ajustam aos ditames de ordem,
Para criar guetos puritanos livres de desordem.


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