Velho, caduco e esclerosado,
Já não interessa ao mercado,
E, solitário, fica a se condoer,
Sem forças para se remover.
Pouco interessa seu passado,
Nem seu humanitário legado,
E, dos muitos ou poucos bens,
Restam-lhe só parcos vinténs.
A narrativa das muitas glórias,
E a memória de belas vitórias,
Já exauridas pelas novidades,
Esvaem-se como insanidades.
Longas noites mal dormidas,
Despertam horas denegridas,
Em que o desejo de morrer,
Vira luz no cotidiano sofrer.
Dos filhos gerados com amor,
Nem sempre emerge o ardor,
De uma presença alentadora,
E eficaz comunhão redentora.
Elogios de alguns bajuladores,
Se não renovam os pendores,
Pelo menos amenizam agruras,
E reativam as antigas ternuras.
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