Com temperaturas alteradas no quadro
orgânico,
Emergem expressões de automatismo
mecânico,
Que já distantes do caminho indicado
por Jesus,
Explicitam uma doença na qual a fé
pouco reluz.
Mesclada a sintomas ambíguos da
exterioridade,
Advindas de um estado mórbido da
subjetividade,
Transformou-se a devoção num produto
de venda,
Com mediação de cura e de bricolagem
que renda.
Aparentemente é muito bom tudo quanto
é mariano,
Mas existem manobras ingênuas de
interesse insano,
Que inibem a pertença e adesão a
Jesus e seu projeto,
E manipulam na exterioridade de um
controle abjeto.
Conduzida na pragmática da
intencionalidade pastoral,
Porque agrada, agrega e justifica uma
atividade laboral,
Esvazia comunidades dos compromissos
humanitários,
Sob um aparente sucesso de
formalismos reacionários.
Deslocada da mediação para Jesus e
para seu itinerário,
Maria, restrita a santa poderosa e de
um afável ideário,
Fica refém da eficácia das fórmulas e
detalhes nos ritos,
E afasta o cunho bíblico-litúrgico dos básicos quesitos.
O perfil evangélico de Maria, longe
da visão ingênua e purista,
Para além do afã de grupos midiáticos
de exploração moralista,
Indica com certeza itinerário e
horizonte de ação mais eclesial,
E, menos mãezinha do céu, aponta ao
filho Jesus na base local.
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