domingo, 29 de junho de 2014

Imagética



Vaidades adquiridas e cultivadas,
Juntadas à adoração da imagem,
Sob posturas éticas desandadas,
Endeusam aparência e roupagem.

Na ampliada divulgação do imagético,
Onde até enfeites de olhares seduzem,
Tudo brilha até mesmo o não estético,
Para destacar os adereços que reluzem.

Sob o ditame da necessidade de encantar,
Mata-se todo o campo simbólico pela raiz,
Pois nas muitas extravagâncias a ostentar,
Reluz doce ilusão de um estado bem infeliz.

Quando a imagem prevalece sobre a causa,
O consumo e a imitação centralizam a lida,
E impedem sequer um momento de pausa,
Para administrar a interioridade combalida.

Na centralização das ambíguas aparências,
O pum-pum fica bem acima da inteligência,
E, até na vulgar saturação das indecências,
Tudo é difundido com a melhor referência.

No anseio de uma comunicação efusiva,
Está o sonho de mensagens significativas,
Muito marcantes e sem grotesca evasiva,
Nem eivadas de muitas falsas justificativas.




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