sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mendiga de afeto



Como tamanha beleza,
Na florescência da idade,
Implode com tanta tristeza,
E, com lágrimas à saciedade?

Os diversos amores procurados,
Não preencheram em nada a vida,
E sequer conseguiram deixar relegados,
Os muitos desencantos da cotidiana lida.

Com apenas vinte e cinco anos de idade,
Frustrada no âmago dos amores procurados,
Mesmo sem qualquer sentimento de maldade,
Está mergulhada com os dissabores desenganados.

Parece que ainda não percebeu a tríplice prisão,
Que já na mais tenra idade envolveu sua existência,
E a deixou uma pobre mendicante de afeto, com a ilusão,
De que comprando carinho, compraria toda benemerência.

Resta curar do passado o modo de comprar o afeto e o agrado,
E carregar a cama desta dependência mal integrada que, lá, deu certo,
Para recriar o sentido da existência, integrando o enternecido passado,
E tomar novos rumos que evitem tentativas de estabelecer compromisso incerto.


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