terça-feira, 3 de junho de 2014

Tentação religiosa



Ao lado dos aparentes fervores,
Sobressaem as intensas buscas,
Não a favor de divinos fragores,
Mas, de glórias pessoais bruscas.

No enleio das ambições pessoais,
E no intenso zelo pela aparência,
Tudo é tolerado nos gestos sociais,
Mesmo constituindo vil indecência.

De um lado encanta o fascínio gnóstico,
Da fé subjetiva resultante de raciocínios,
Enclausurada num referencial agnóstico,
Distante dos difíceis e humildes tirocínios.

Também encanta a auto-referencialidade,
Da vasta superioridade sobre os demais,
Que se funda em superada ancestralidade,
De fé cega, com muitos erros bem abissais.

Geradora de ilusório elitismo autoritário,
Leva a mapear a conduta dos subalternos,
Pois o que mesmo interessa ao seu ideário,
É controlar com os recursos mais modernos.

O desejo de intenso controle exibicionista,
Leva ao desvio do compromisso evangélico,
E na ilusão de agitação mui sensacionalista,
Vai tornar-se gradualmente mais psicodélico.

Na vanglória de muitos atos e grandes obras,
Subjaz uma auto-complacência bem egoísta,
Que leva a agir através de múltiplas manobras,

Para a acumulação de sua presumida conquista.

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