sexta-feira, 20 de junho de 2014

Entre elogios e condenações



Onde o mal se encontra e se manifesta,
No antagonismo dos efeitos elogiosos,
Sob incontáveis preconceitos molesta,
E fascina bem mais que atos bondosos.

O avesso da misteriosa inclinação,
Do que sabemos para sermos retos,
Está todo dia presente na intenção,
E leva a atos violentos e concretos.

Definir o mal, tão hediondo para uns,
Contrasta com o sentimento benfazejo,
Causado por gestos e atos tão comuns,
Dos que neles constatam bom ensejo.

Se até mesmo as variadas religiões,
Que somente querem o sumo bem,
Cometem deploráveis transgressões,
Como andejar sem tornar-se refém?

Do casamento bem sólido e atuante,
Entre amoroso fascínio com o horror,
O mal atinge qualquer sujeito andante,
E o descontrola no genuíno pundonor.

O mal não se escancara abertamente,
E mesmo sob as leis, ordem e justiça,
Revela-se sádico na tortura de gente,
Para levá-la a vil submissão da cobiça.

A intensa atração pelo ato irracional,
Que fascina para tudo quanto é luta,
Visa, na busca do êxito sensacional,
O que fere toda sã e ordeira labuta.

No jogo da maldição e da salvação,
Emulam a bondade e a hostilidade,
Propiciando a alguns, benéfica ação,
E a outros atrela a perversa crueldade.

Enquanto uns gritam a intensa dor,
Outros elogiam a denodada agressão,
E, constituídos em satã aterrorizador,

Pensam ter efetuado benemérita ação.

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