Livros e mais livros dos anais,
Contam e recontam a tirania,
Das grandes vitórias cruciais,
De triste e desumana mania.
Reis despóticos e soberanos,
Mandaram invadir e destruir,
Movidos pelos piores arcanos,
Para amealhar mais e usufruir.
Se nos arrepia avivar a maldade,
Muito mais repugna a safadeza,
Cultivada sem dó e sem piedade,
Para matar com maior destreza.
Enquanto exércitos e guerrilheiros,
Transformam humanos em brutais,
Para matar em crescentes milheiros,
Ceifam as básicas condições frugais.
Em nossa era de vasto conhecimento,
E da rápida e planetária informação,
O velho poder despótico, com alento,
Gera um poder anônimo de perversão.
Tão tirano quanto os outros poderes,
Ignora a precária vida de tanta
gente,
E obcecado, manipula os seus
prazeres,
E tira a dignidade de modo mui
ingente.
O poder anônimo anda sem fronteiras,
E escraviza da forma mais humilhante,
Ignorando, das regras éticas as
barreiras,
Deixa multidões em situação
causticante.
No intenso processo da descartabilidade,
As cidades se enchem de muitas
favelas,
E já distantes da elementar afabilidade,
Ficam relegadas nas virulentas
sequelas.
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