Mais que melancólica,
Ou saudade bucólica,
Reina solta a tristeza,
Sem a menor presteza.
Tão pegadiça como a cola,
Contagia mais que virose,
E ao agarrar, não descola,
Nem mesmo com overdose.
Não vê sol que encanta,
E nem o túmulo espanta,
O diário humor cinzento,
De um desandar nojento.
Mumifica o cotidiano agir,
E em nada aceita progredir,
Pois sua essência mesquinha,
Em coisa nenhuma se alinha.
Vive da frágil complacência,
Nas compras de condolência,
E do capeta se torna um elixir,
Que tudo inventa a denegrir.
Se tudo é escuridão cansada,
Não estaria na hora da virada,
E apontar o olhar para frente,
Onde o novo emerge contente?
Nenhum comentário:
Postar um comentário