segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tristeza melosa



Mais que melancólica,
Ou saudade bucólica,
Reina solta a tristeza,
Sem a menor presteza.

Tão pegadiça como a cola,
Contagia mais que virose,
E ao agarrar, não descola,
Nem mesmo com overdose.

Não vê sol que encanta,
E nem o túmulo espanta,
O diário humor cinzento,
De um desandar nojento.

Mumifica o cotidiano agir,
E em nada aceita progredir,
Pois sua essência mesquinha,
Em coisa nenhuma se alinha.

Vive da frágil complacência,
Nas compras de condolência,
E do capeta se torna um elixir,
Que tudo inventa a denegrir.

Se tudo é escuridão cansada,
Não estaria na hora da virada,
E apontar o olhar para frente,

Onde o novo emerge contente?

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