sexta-feira, 2 de maio de 2014

Alegria de viver



Sonho tão amplo como a vida,
Lá do âmago mobiliza o desejo,
De esvair-se da condição combalida,
E recuperar o encanto de novo ensejo.

Quando tantos se encontram bem enrolados,
Nas resistentes teias da tristeza e do isolamento,
Ou do vazio interior e dos outros emaranhados,
Tão poucas coisas caracterizam contentamento.

Não poderia o modo de ser cristão traçar novo caminho,
Para além da avassaladora oferta de consumo intimista,
E vencer os vastos e nefastos grilhões do estar sozinho,
Neste entusiasmado e mesquinho processo comodista?

Com a vida interior girando apenas no próprio foro,
Já não encantam serviços fraternos e humanitários,
E do possível espaço para os outros, já sem decoro,
Sobram apenas queixosos ressentimentos solitários.

A renovação do encontro pessoal com o projeto de Jesus,
Carrega certamente o potencial da alegria por Ele trazida,
E longe da desilusão que a tantos deste mundo seduz,
Resgata o sentimento de amparo e gratuidade enternecida.

Na busca da ternura, capaz de engendrar a alegria santa,
Sempre há espaço para recomeçar a redimensionar a vida,
E antever para além do que da força defraudadora encanta,
O bem-estar reconfortante que provém da humanitária lida.




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