Motivações
variadas, nem sempre escolhidas, nos levam a desejar saúde, bem-estar com
outras pessoas, e mais, sentir que lhes causamos conforto, ao lado da percepção
de que estas nos querem bem.
Culturalmente
recebemos uma orientação bem orquestrada e motivadora de que a felicidade é
conquistada pelo acúmulo de bens e que a produção de bens, no livre mercado,
gera equilíbrio e bem-estar entre todas as pessoas.
Bem sabemos que este horizonte de motivações
vem gerando sofrimentos profundos e desesperadores em grande parte da população
terrestre. Onde, então buscar um caminho diferente?
A Bíblia nos mostra, de acordo com Jo
14,1-12, que Jesus diante dos caminhos de vida, traçados por Roma e, em Israel,
diante dos caminhos traçados pela religião oficial de controle político e
econômico, não optou por nenhum destes caminhos. Seu itinerário de conduta e,
de orientação dos discípulos, apontou para o antigo sonho bíblico: o caminho de
Deus!
Aparentemente seu indicativo de
caminho estava distante dos caminhos acalantados pelos desejos das pessoas da
época. Se algo pudesse advir de Deus, teria que ser, pelo menos, parecido com a
imponência e a grandiosidade dos governantes. Além do mais, Jesus acabara de
anunciar seu pressentimento de que seria morto em razão do que falava e do que
fazia; mas, simultaneamente, passou-lhes uma palavra de muita segurança: o seu
jeito constituía um caminho que levava a Deus.
Nesta interpelação, os discípulos
logo queriam saber detalhes do caminho para tal alcance. Sua resposta foi a de
que o caminho era aquele que Ele mesmo estava fazendo, acompanhado dos
procedimentos que o notabilizavam.
Tratava-se de um caminho não para
peregrinos à caça de milagres fáceis, nem de negociações particulares e
intimistas para obtenção de favores e graças, mas, de um caminho que implicava
em posturas morais e virtuosas como Ele as vivia. Ele não apontava para um
caminho exotérico, abstrato ou meramente doutrinário. Apontava-lhes, todavia,
seu itinerário e a concretude da sua vida como o melhor caminho.
No modo de ser de Jesus Cristo é que
podemos encontrar a segurança da vida e o rumo que tanto desejamos ver,
definido pela frente dos anseios de melhores dias. No amor e na fidelidade de
Jesus Cristo, até o fim, é que se abre o caminho da verdade e da vida. O
convite, portanto, é mais amplo do que pertencer ou não pertencer a uma
determinada entidade religiosa.
Entre as tantas pessoas de nossos
dias, que desejam conhecer a Deus, será, certamente, na aproximação dos gestos
de Cristo que vão haurir o conhecimento de Deus. Assim, a vocação cristã,
pessoal e da comunidade, é a de gerar relações humanas que se aproximem dos
traços mais proeminentes da vida de Jesus Cristo.
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