Oh! Saudade dos tempos de antanho,
Em que músicas eram potencializadas,
Pela vibração do ar que saía do
pulmão,
E o volume maior do som, nada
estranho,
Criava ambiente de rara e efusiva comoção.
Dos microfones aos potentes
amplificadores,
Para muito além das proporções
suportáveis,
Entrou a disputa pelos maiores
potencializadores,
Com volumes os mais infernais e
desagradáveis.
Muitos rapazes, ao desejarem esnobar
seu brio,
Nem se reportam à expressão da
virilidade corporal;
Usam tão somente velhos carros de
aspecto sombrio,
Para amealhar do intenso volume uma
aparente moral.
Distantes das músicas de harmônicas
melodias,
Repete-se exaustivamente o tom de
duas teclas,
E se as letras já não exaltam os
belos e bons dias,
Proliferam nelas, os besteiróis de
muitos asseclas.
Nas saudades também anelam amplos
desejos,
Das exuberantes melodias de ondulados
sons,
Capazes de encher a alma dos melhores
ensejos,
E fazê-la transbordar cheia de melodiosos
tons.
Que bom seria com belas músicas poder
inebriar-se,
E no embalo das sonoras ondas nem
ferir o ouvido,
E ainda divagar por mundos viáveis
até extasiar-se,
Sem a nojenta exploração de um tema
já denegrido.
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